Friozinho no ar, caneca fumegante nas mãos, cheiro de vela espalhado pelos cantos… O início do inverno carrega um convite silencioso: olhar para dentro . E, convenhamos, é perfeito que esse chamado chegue justamente quando ultrapassamos a metade do ano. O que você sonhou na virada ainda acende algo no peito? Ou alguma meta ficou congelada no fundo da gaveta? Faça deste texto o seu primeiro exercício de desaceleração: leia sem pressa, respire entre os parágrafos, deixe as palavras pousarem com a suavidade do orvalho que se forma nas manhãs frias. Em janeiro, tudo parece possível. Há uma euforia silenciosa em renovar metas, em listar objetivos e imaginar versões mais leves de nós mesmos. É como começar a escrever um livro em branco, confiando que teremos tempo, energia e foco para preencher cada capítulo. Mas os meses passam depressa. O calor do verão dá lugar à brisa outonal e, quando menos percebemos, o inverno chega – trazendo cobertores, tardes mais curtas e uma urgênc...